"The Experimenter"- Filme baseado na teoria de Stanley Milgram"
O filme "The Experimenter" relata a vida e a obra do famoso psicólogo Stanley Milgram abordando a sua experiência sobre a obediência.
É um filme bastante interessante tanto no ramo da psicologia, como a nível pessoal na medida que é uma grande lição de vida, onde mostra que o ser humano tem sempre poder de escolha e, que o livre-arbítrio existe.
A experiência era feita à base de choques. Dois indivíduos de livre vontade sujeitavam-se aos testes, um “aluno” e um “professor”. O “professor” fazia perguntas ao “aluno” e caso este respondesse erradamente o “professor” através de uma máquina dava choques elétricos, a potência dos choques eram aumentados progressivamente. O que o “professor” não sabia era que o “aluno” era cúmplice da experiência e que os choques não eram verdadeiros. Só 35% dos indivíduos é que quiserem interromper o teste. Os restantes, mesmo sabendo que estavam a provocar dor ao seu colega quiseram continuar o teste.
O que levou este psicólogo a realizar as suas experiências foi a ânsia de percecionar as reações dos indivíduos face as indicações concretas de superiores, como na Segunda Guerra Mundial (nomeadamente os nazis que em momento algum apelaram ao bom senso). As suas experiências eram em torno da obediência. Pois, tinha como objectivo explicar a relação das pessoas com a autoridade de forma a entender a banalidade do mal para os indivíduos que o praticavam, estudando o funcionamento da consciência quando se deparada com a obediência. Até que ponto um individuo aplica choques eléctricos a outras pessoas, só porque o mandam fazer? Onde está a consciência das pessoas? Eram exactamente a estas perguntas que o psicólogo Milgram pretendia dar resposta.
Obediência
Milgram chegou à conclusão que as pessoas desvalorizavam as suas atitudes na medida em que achavam que por cumprirem ordens não eram responsáveis pelas suas acções, uma vez que não tinha partido da vontade própria.
Percebeu que muitos indivíduos levam a obediência demasiado a sério, em cumprir as suas tarefas, em seguir ordens, mesmo que isso cause sofrimento a outros.
Para muitos a obediência é uma tendência comportamental levada de forma profunda e fiel, chegando a ser um impulso que sobrepõe-se à ética, conduta humano, tornado o individuo incapaz de pensar por si e distinguir o correto do incorrecto.
A obediência não existe apenas no contexto de guerra, existe também no nosso dia-a-dia. Por exemplo, nos filmes muitas das vezes os atores seguem “à risca” os textos e as ordens dos diretores e não são capazes de proporem as suas ideias, aceitando em pleno as ordens que são dadas.
Na vida do ser humano é muito importante existir sempre um equilíbrio. A própria obediência deve ter equilíbrio. O ser humano é dotado de raciocínio, tem poder de escolha, tem poder de distinguir o que é moral do que não é e apelar sempre ao bom senso mesmo estando sob uma autoridade/ indivíduo superior.
Francisca Ribeiro
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