Aculturação equivale à destruição de culturas?
Com a crescente globalização a aculturação tornou-se um dos aspetos
fundamentais na sociedade. Sendo o contacto e interação entre elementos culturais, e/ou entre pessoas pertencentes a culturas diferentes, por consequente, emancipado.
Posto isto, será que a aculturação é realmente responsável pela destruição ou o desgaste de culturas, como é visto por muitos?
Primeiramente, devemos ter uma noção de que aculturação é um processo dinâmico de mudança social e cultural que acontece pelo contato contínuo (direto ou indireto) entre indivíduos pertencentes a culturas distintas.
Esses grupos são influenciados por elementos diversos, e assim, vão criando novas estruturas, originando novos hábitos, novas matérias-primas, novos alimentos, novas formas de fazer e compreender o mundo, resultando portanto numa nova cultura.
É importante destacar que os valores e os costumes de um determinado povo se podem alterar de acordo com a “dinâmica do próprio sistema cultural”, embora de forma mais lenta e gradual.
O processo de aculturação pode ocorrer de forma dita natural, já mencionada a cima, ou por oposição de forma menos branda, mais radical, mais impositiva, mais rápida, como é caraterístico do colonialismo, onde imposição de valores e costumes se fomenta resultando na assimilação forçada de aspetos culturais entre os povos.
Mas não existe um sistema cultural que seja tocado exclusivamente pela "dinâmica do próprio sistema cultural", devido à possibilidade remota da isolação de uma sociedade do restante panorama mundial.
E tendo em conta que o processo de aculturação se dá de forma recíproca, onde as partes adotam caraterísticas culturais de ambas, existirão sempre particularidades de outras culturas em sociedades em que a diversidade e o contacto entre grupos de culturas diferentes estejam presentes.
Excetuando casos em que instaurem regimes que priorizem o genocídio cultural de uma etnia específica, durante um longo período de tempo, de acordo com o seu processo “natural”, a aculturação dá-se de acordo com as necessidades do(s) grupo(s) em questão.
Finalizando e atendendo à evolução natural, não se pode parar a evolução, uma vez que o "homem se adapta, primeiro, acomoda-se, depois, e por fim assimila as ideias que entretanto também evoluíram."
Posto isto, deixo-vos uma citação que penso ser pertinente:
O caminho é sempre para melhor e, por mais que se queira, não se pode parar a evolução. - Mário Bacelar Begonha
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