segunda-feira, 1 de abril de 2019

Síndrome de Stendhal - Pode a arte demasiado bela deixar-nos doentes?

O que é um síndrome?


Síndrome:

 1- Medicina - conjunto bem determinado de sintomas que não caracterizam uma só doença, mas podem traduzir uma modalidade patogénica.

 2- Figurado - conjunto de sinais ou características associados a uma situação crítica e causadores de receio ou insegurança.

Quem foi Stendhal?


Henry-Marie Beyle foi um escritor francês que sob o pseudónimo Stendhal publicou várias obras, sobretudo romances, diários e crónicas, entre outros.Viveu entre 1783 e 1842. 
No ano de 1817 visitou Florença, cidade do Renascimento, visita que lhe ficaria para sempre marcada na memória.
Quando visitava a Basílica de Santa Cruz, Stendhal ficou de tal forma fascinado com a beleza das obras que chegou a sentir náuseas e palpitações, eis o seu relato do acontecido:

  "Eu caí numa espécie de êxtase, ao pensar na ideia de estar em Florença, próximo dos grandes homens cujos túmulos eu tinha visto. Absorto na contemplação da beleza sublime… Cheguei ao ponto em que uma pessoa enfrenta sensações celestiais… Tudo falava tão vividamente à minha alma… Ah, se eu tão-somente pudesse esquecer. Eu senti palpitações no coração, o que em Berlim chamam de 'nervos'. A vida foi sugada de mim. Eu caminhava com medo de cair.”




Interior da Basílica de Santa Cruz








Stendhal






















Síndrome de Stendhal


Apesar da descrição de Stendhal em 1817 e de centenas de pessoas terem afirmado sentir o mesmo conjunto de sintomas após o seu relato, a síndrome foi apenas "oficializada" por Graziella Magherini em 1979. Graziella Magherini é uma psiquiatra italiana nascida em 1927, que trabalhou no hospital de Florença entre 1977 e 1986. Durante esse período tratou mais de uma centena de pacientes que alegavam sentir o mesmo que Stendhal havia sentido aquando a contemplação da "beleza sublime" da Basílica de Santa Cruz. Muitos destes pacientes foram levados de ambulância das galerias e museus da cidade após sofrerem tonturas, palpitações, alucinações, exaustão e até situações de perda de identidade.

Graziella Magherini


 Em Dezembro de 2018, um homem de 70 anos teve um ataque cardíaco enquanto observava "O Nascimento de Vénus" de Sandro Botticelli. Foi socorrido por dois cardiologista que visitavam o museu e mais tarde foi levado para o hospital de Florença, onde os médicos não tardaram a perceber a origem do sucedido, Tratava-se de mais um caso de Síndrome de Stendhal.
Quando inquirido sobre o acidente, Eike Schmidt, director da galeria, afirmou que não era a primeira vez que pessoas adoeciam no local, "acontece especialmente em frente a grandes obras como as de Botticelli ou a "Medusa" de Caravaggio". Confessou ainda que um visitante desmaiou em frente a "Medusa" e que outro teve um ataque epiléptico enquanto contemplava "Primavera" de Botticelli.


"O Nascimento de Vénus" de Sandro Botticelli.
"Primavera" de Botticelli

 "Medusa" de Caravaggio



 Apesar de haver casos registados fora da cidade de Florença, Magherini acredita que a cidade italiana irá continuar a ser palco da maioria dos casos de Síndrome de Stendhal, devido à sua "enorme quantidade de obra renascentista, que é bonita e perturbadora ao mesmo tempo, e pode provocar memórias angustiantes"



Tenham cuidado caros leitores, consumam arte com moderação!






As emoções

O que é a emoção?

 

Emoção é uma sensação física e emocional que é provocada por algum estímulo, que pode ser um sentimento ou um acontecimento. Vivenciar emoções é muito pessoal, elas podem ser sentidas de formas diferentes por cada pessoa. É a emoção que leva uma pessoa a reagir diante de um acontecimento. De acordo com a emoção vivida podem acontecer reações físicas como alteração da respiração, choro, vermelhidão e tremores.


Características das emoções:

Tempo: a emoção tem um principio e um fim;
Resultado de imagem para as emoçõesIntensidade: cada emoção tem um tipo de intensidade;
Alterações corporais: traduzem-se em varias manifestações corporais;
Causas e Objetos: as emoções têm sempre uma causa e direcionam-se sempre para um objeto;
Versatilidade: aparecem e desaparecem com rapidez;
Polaridade: podem ser positivas ou negativas;
Reações: são sempre uma reação a algo;
Interpretação: traduz uma interpretação dos factos.

Tipos de emoções 

Emoções primárias ou universais: alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa ou aversão. Assentam numa base inata e os seu aparecimento não depende da aprendizagem 
Emoções secundarias ou sociais: vergonha, ciúme, culpa ou orgulho. Foram construídas sobre as emoções iniciais e implicam o recurso a aprendizagens feitas.
Emoções de fundo: bem -estar, mal-estar, calma ou tensão. 

Carácter específico dos processos emocionais

As emoções é algo difícil de esconder, sendo uma forma de comunicação. Simples gestos como: torcer de mãos, arquear as sobrancelhas, semicerrar os olhos, descair do lábio, pela alteração do tom de voz, entre outros sinais, denunciam o que estamos a sentir. 
É através das emoções que o recém nascido comunica para poder manifestar as suas necessidades e desejos, uma vez que esta desprovido da possibilidade de sobreviver sozinho. Os sinais emocionais, sorriso, expressões faciais, choro, grito, constituem um sistema de comunicação precoce que permite ao bebé levar o adulto a participar na sua sensibilidade e a obter as repostas necessárias ao seu bem-estar e à sua sobrevivência. Por suas vez, o adulto interpreta e responde. 

Afetos e sentimentos 

Os sentimentos são experiências privadas que, ao contrario das emoções, não podem ser observados por outras pessoas. As emoções estão na base dos sentimentos. As emoções acontecem e passam, podendo voltar desde que um estímulo as desencadeie, os sentimentos ficam e acompanham-nos ao longo do tempo com maior ou menor intensidade.

Resultado de imagem para as emoções

Fases dos sentimentos, segundo António Damásio:

Estado da emoção: a emoção pode ser desencadeada e experimentada de forma inconsciente;
Estado do sentimento: pode ser representado de forma não consciente; 
Estado de sentimento tornado consciente: conhecido pelo organismo que experimenta a emoção e o sentimento.

Concluindo, para que os sentimentos possam ter influência sobre o sujeito para além do momento, a consciência tem de estar presente. 
Filipa Silva nº8

Ego,Superego e Id

O Ego, o Superego e o Id são instâncias que formam a psique humana, de acordo com a Teoria da Personalidade, desenvolvida por Sigmund Freud em seus estudos sobre a Psicanálise.
Id é o componente nato dos indivíduos, ou seja, as pessoas nascem com ele. Consiste nos desejos, vontades e pulsões primitivas, formado principalmente pelos instintos e desejos orgânicos pelo prazer. A partir do Id se desenvolvem as outras partes que compõem a personalidade humana: Ego e Superego.
Ego surge a partir da interação do ser humano com a sua realidade, adequando os seus instintos primitivos (o Id) com o ambiente em que vive. O Ego é o mecanismo responsável pelo equilíbrio da psique, procurando regular os impulsos do Id, ao mesmo tempo que tenta satisfazê-los de modo menos imediatista e mais realista. Graças ao Ego a pessoa consegue manter a sanidade da sua personalidade. O Ego começa a se desenvolver já nos primeiros anos de vida do indivíduo.
Superego se desenvolve a partir do Ego e consiste na representação dos ideais e valores morais e culturais do indivíduo. O Superego atua como um “conselheiro” para o Ego, alertando-o sobre o que é ou não moralmente aceito, de acordo com os princípios que foram absorvidos pela pessoa ao longo de sua vida.


De acordo com Freud, o Superego começa a se desenvolver a partir do quinto ano de vida, quando o contato com a sociedade começa a se intensificar (através da escola, por exemplo) e as relações sociais passam a ser melhor interpretadas pelas pessoas.
Em suma, esses três componentes da formação da personalidade – Id, Ego e Superego – são as representações da impulsividade, da racionalidade e da moralidade, respectivamente.
                                                                        Resultado de imagem para id ego superego                 Tiago Moreira n:19 12c

sexta-feira, 29 de março de 2019

Perceção e a cultura


Perceção e cultura

A forma como percecionamos o mundo varia com a cultura, com o contexto cultural. Vários estudos transculturais procuram esclarecer de que modo a cultura influencia a forma como se perceciona o mundo. A perceção da profundidade é também afetada pela cultura.

O desenho abaixo representa uma situação exterior ou interior?




Se assumirmos que a figura retangular atrás da segunda mulher que está sentada do lado esquerdo é uma janela revelando vegetação lá fora, tendemos a pensar que é uma cena interior. Além disso, a figura em forma de Y que se destaca no canto superior direito parece indicar que há um teto.

No entanto, indivíduos de culturas da África oriental, disseram que se tratava de uma situação familiar, em que a mulher, referida anteriormente, transporta um pacote volumoso na cabeça, situação que é frequente no quotidiano da região. Tratava-se para essas pessoas de uma cena exterior, em que o objeto que para nós indicava ser um teto, representava uma proteção contra o sol.

Conclusão

Concluímos assim, que o contexto cultural marca o modo como se perceciona o mundo, daí que um mesmo objeto, acontecimento ou situação se perceciona de diferentes maneiras por sujeitos que pertencem a diferentes culturas.



Íris Santinhos, Nº10.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Terrores Noturnos 

  
  O terror noturno é um distúrbio do sono determinado por casos contínuos de pânico ao longo da noite. 
  
  A maioria das crianças sofre com esta perturbação, provocando gritos, a ilusão de situações de perigo e acelerações cardíacas.
 Este fenómeno distingue-se do "pesadelo". Enquanto que, os pesadelos afetam pessoas de todas as idades e não são tão graves, isto é, são apenas consequências de situações de stress e preocupações, os terrores noturnos são bem mais severos e podem exigir tratamentos convenientes, já que a criança pode manifestar comportamentos autodestrutivos e gerar danos no desenvolvimento físico e psicológico.  
 

Geralmente, as origens deste problema designam-se a ansiedade ou casos de depressão. Por isto, basta a criança passar por episódios de angústia, tristeza ou ânsia que suscitará este distúrbio. 

Para ajudar a ultrapassar esta perturbação é importante regular o horário do sono, ter uma alimentação cuidadosa, evitar preocupações ou stress e nunca acordar a criança a meio do sono pois pode prejudicar a estabilidade da mesma. 

 
 Em suma, os terrores noturnos são graves demais para serem ignorados, é preciso oferecer proteção à criança nestes momentos de crise. 


Raquel Monteiro 
 

terça-feira, 26 de março de 2019

Watson, o behaviorismo e o pequeno Albert




John Broadus Watson (1878-1958) foi um psicólogo que desempenhou um papel importante no desenvolvimento do behaviorismo, sendo  considerado o seu fundador.


Watson acreditava que a psicologia deve ser principalmente a ciência do comportamento observável. É relembrado pelas suas pesquisas sobre o processo de condicionamento, assim como por “The Little Albert Experiment"(a experiência do pequeno Albert).



·       Behavorismo

O behaviorismo é uma corrente que define a psicologia como a ciência do comportamento.

Para Watson, o comportamento é o conjunto de respostas (R) observáveis a estímulos (E) observáveis provenientes do meio em que o organismo se insere, ou seja, o comportamento é toda e qualquer resposta observável de um organismo a um determinado estimulo.
Porém o comportamento não é determinado por um estimulo, mas sim por um conjunto de estímulos que se designam de situação. A cada situação corresponde um conjunto de respostas:

- Explícitas: respostas diretamente observáveis.
Ex: lágrimas, suor, salivar…
-Implícitas: respostas que não são diretamente observáveis.
Ex: contrações do estômago…


Assim, o comportamento é determinado por um conjunto de estímulos, uma situação, consequentes de um meio físico ou social em que o organismo esta inserido. A cada situação corresponde um comportamento, um conjunto de respostas:

E » R 

      R = f(S)      

Watson defendia que que todos os nossos comportamentos são exclusivamente influenciados pelas experiências pelas quais passamos, somos produtos do meio a que fomos submetidos, uma vez que por ele somos modelados, um organismo inserido numa situação.


·       The Little Albert

Watson demonstrou a sua teoria do condicionalismo através de uma experiência realizada com um bebé de 11 meses chamado Albert, condicionando-o a ter medo de um rato branco, que antes de ser submetido ao condicionamento, ele não temia.

A experiência foi realizada por Watson e pela sua aluna Rosalie Rayner, em 1920, para demonstrar o funcionamento do condicionamento (R =f(S)) em seres humanos.
Watson primeiramente registou que o bebé não parecia ter nenhum medo além de barulhos altos repentinos.

 A primeira etapa desta experiência consistiu em associar a resposta natural de Albert com aquelas não condicionadas. Sempre que o Albert via o rato branco, a Rosalie, assustava-o com um estrondo ao martelar uma barra metálica. 

Depois de várias repetições, associando o rato branco ao barulho alto, Watson obteve sucesso. Mesmo sem barulho nenhum, Albert passou a chorar com a visão do rato branco, com o qual antes brincava. 

O bebê acabou até por generalizar a sua resposta (condicionada), passando a ter medo de vários objetos com pelo branco, desde coelhos a barbas brancas. 

Sendo assim, Watson foi bem sucedido na sua experiência usando-a para fundamentar o condicionalismo e a sua tese de que o nosso comportamento, quando enfrentados com certas situações, deriva das experiências a que fomos expostos.

Lara Carvalho, Nº12

segunda-feira, 25 de março de 2019

Sigmund Freud - Estados Psicossexuais


Do ponto de vista de Freud, o Homem resulta das experiências por que passa na infância. Freud afirma que acredita que, geralmente, todas as pessoas passam por um trajeto  semelhante durante o seu desenvolvimento, tendo em conta que o impulso sexual e a procura do prazer são a base do desenvolvimento afetivo.
Para Freud, o prazer sexual baseia-se em todas as sensações agradáveis que o corpo possa sentir, não se focando apenas na zona genital.

Para chegar ao final do desenvolvimento psicossexual, o Homem passa por cinco estádios:



1º- Estádio Oral (0-12/18 meses)


Durante os primeiros meses de vida, o bebé obtém prazer através da boca, podendo ser obtido com a alimentação no seio da mãe ou então com o sugar de objetos, como a chupeta por exemplo.
Neste estádio, o bebé ganha o medo de "perder a mãe", de modo a que nesta fase, a relação mãe-bebé seja extremamente importante para formação da ambivalência.
Durante este estádio, o bebé depara-se com o seu primeiro conflito e o seu primeiro contacto com as exigências sociais, o desmame.



2º- Estádio Anal (12/18 meses - 3/4 anos)


Neste estádio, a criança começa a sentir prazer através do ânus, obtendo-o com a retenção e expulsão de fezes.
É neste estádio que a criança aprende a controlar os músculos do local, começando assim a controlar os seus impulsos e a perceber que há locais apropriados e inapropriados para o efeito.
Durante este estádio surgem conflitos em relação à higiene, quanto a este assunto a exigência dos pais deve ser moderada, de modo a evitar que a criança tenha um desenvolvimento inapropriado do ego e do superego, devido ao facto de contrariar as pulsões do ID.



3º- Estádio fálico (3/4 anos - 5/6 anos)

Durante este estádio, o prazer passa a ser obtido através da zona genital pela auto-estimulação.
É neste estádio que as crianças se começam a aperceber das diferenças sexuais que existem entre o sexo feminino e o sexo masculino.
A criança passa a viver um conflito com o seu desenvolvimento sexual, o complexo de Édipo.
As crianças começam a querer ser amadas e a querer destruir todos os obstáculos que as possam afastar da satisfação.
Neste estádio, a criança do sexo masculino começa a sentir o "medo da castração", enquanto que, a criança do sexo feminino começa a vivenciar o "complexo de castração".



4º- Estádio de latência (5/6 anos - puberdade)

Este estádio marca um acontecimento muito importante na vida das crianças, a entrada na escola.
As experiências do estádio fálico ficam recalcadas no inconsciente, sendo esquecidas pela criança, o que faz com que os impulsos sexuais desapareçam, dando lugar a ocupações socialmente aprovadas, a aprendizagem escolar.
Os processos de identificação com o progenitor do mesmo sexo aumentam devido à superação do complexo de Édipo.
Com esta fase, certos sentimos são intensificados, como a vergonha, a culpa, o nojo e o orgulho. Os mecanismos de defesa acabam por também ficar mais intensos.



5º- Estádio Genital (após a puberdade)

Nesta fase, durante a adolescência, devido ao desenvolvimento genital e da produção de hormonas, os impulsos sexuais que se encontravam "adormecidos" no estádio de latência voltam a aparecer.
Neste estádio podem ser revividos conflitos dos estádios anteriores, especialmente o complexo de Édipo.
De acordo com Freud, para que o desenvolvimento psicossexual seja feito de uma forma natural, os progenitores devem ser excluídos enquanto "fontes" do impulso sexual, para que assim, o adolescente consiga ultrapassar finalmente os conflitos do estádio fálico.



Sara Silva, nº18